FERRO


É um metal maleável, tenaz, de coloração cinza prateado apresentando propriedades magnéticas; é ferromagnético a temperatura ambiente, assim como o Níquel e o Cobalto.
É encontrado na natureza fazendo parte da composição de diversos minerais, entre eles muitos óxidos, como o FeO (óxido de ferro II, ou óxido ferroso) ou como Fe2O3 (óxido de ferro III, ou óxido férrico). Os números que acompanham o íon ferro diz respeito aos estados de oxidação apresentados pelo ferro, que são +2 e +3, e é raramente encontrado livre. Para obter-se ferro no estado elementar, os óxidos são reduzidos com carbono, e imediatamente são submetidos a um processo de refinação para retirar as impurezas presentes.
É o elemento mais pesado que se produz exotermicamente por fusão, e o mais leve produzido por fissão, devido ao fato de seu núcleo ter a mais alta energia de ligação por nucleon, que é a energia necessária para separar do núcleo um nêutron ou um próton. Portanto, o núcleo mais estável é o do ferro-56.
Apresenta diferentes formas estruturais dependendo da temperatura:
Ferro α: É o que se encontra na temperatura ambiente, até os 788 °C. O sistema cristalino é uma rede cúbica centrada no corpo e é ferromagnético.
Ferro β: 788 - 910 °C. Tem o mesmo sistema cristalino que o α, porém a temperatura de Curie é de 770 °C, e passa a ser paramagnético.
Ferro γ: 910 - 1400 °C; apresenta uma rede cúbica centrada nas faces.
Ferro δ: 1400 - 1539 °C; volta a apresentar uma rede cúbica centrada no corpo.

História

O nome "ferro" deriva do latim "ferrum", enquanto o anglo-saxónico "iron" tem origem no escandinavo "iarn". Muitas histórias fabulosas se contaram ao longo dos séculos, descrevendo como o ferro meteórico caía na Terra enviado dos céus como uma dádiva dos deuses ao Homem. Não é, no entanto, necessária nenhuma explicação romântica para a descoberta do ferro, se atendermos à facilidade com que se reduz o ferro a partir dos seus minérios. Diz-se mesmo que o primeiro ferro produzido foi obra do acaso, quando pedaços de minério de ferro foram usados em vez de pedras nas fogueiras nos banquetes, onde o fogo era mantido tempo suficiente para permitir a redução. Seguiu-se a observação que as mais altas temperaturas obtidas quando o vento soprava, produziam um melhor material. Tentou-se então conseguir através de várias artimanhas uma rajada de vento artificial, até se conseguir criar uma fornalha de fundição.
Desde tempos pré-históricos que os utensílios de ferro têm vindo a ser usados: descobriram-se mesmo alguns em explorações arqueológicas na pirâmide de Gizé, no Egipto, que têm provavelmente 5000 anos de idade; na China julga-se que a utilização do aço remonta a 2550 a.c.. Também nos é indicado pelos poetas védicos que os seus antepassados pré-históricos possuíam o ferro, e que os seus artesãos já tinham adquirido técnica considerável na transformação de ferro em utensílios.
Tendo em atenção que os objectos antigos de ferro são muito menos frequentes que os de bronze, os arqueólogos posicionaram a chamada Idade do Bronze antes da Idade do Ferro. De facto, o bronze é mais facilmente extraído e trabalhado do que o ferro, pensando os arqueólogos que deixou de ser o utensílio e a arma dominante das civilizações cerca de 500 a.C.. A escassez do cobre e a abundância do ferro levou o povo hindu a desenvolver técnicas de trabalho deste metal, que mais viriam a ser transmitidas à Europa, onde se salientaram os Etruscos do norte da Itália.
Pouco tempo depois da queda do Império Romano, a produção do ferro desenvolveu-se bastante na Espanha tornando-se famosas as lâminas de aço de Toledo e seus artesãos. Estes iriam para a França e Alemanha onde introduziram a sua peculiar forja catalã, cujo desenvolvimento viria a originar as grandes fornalhas de fundição. Os produtos da forja catalã eram ou uma espécie de ferro maleável ou aço; as grandes fornalhas produziam uma variedade de ferro que não podia ser forjado ou temperado, embora fosse adequado para todos os tipos de moldagem de resistência moderada.
A descoberta, por Cort, de um processo de transformação deste tipo de ferro em ferro forjado, com custos de produção consideravelmente mais baixos que os possíveis com a forja Catalã, deu um grande ímpeto à produção de ferro na Inglaterra

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