BISMUTO


Estima-se que a abundância de bismuto na crosta terrestre seja da ordem de 0,00002%. Este valor é da mesma ordem de grandeza que o da prata, ligeiramente menor que o do estanho e maior que o do ouro.
O bismuto ocorre na forma nativa e em compostos minerais. O bismuto nativo não é muito abundante, encontrando-se usualmente associado a veios de prata, chumbo ou zinco. Os principais depósitos de bismuto nativo localizam-se na Saxónia, Bolívia, Canadá e Inglaterra.
Os principais minérios de bismuto são a bismite (Bi2O3), a bismutinite (Bi2S3) e a bismutite, que contém carbonatos.

Origem

Provavelmente, o bismuto não foi reconhecido pelos Antigos Orientais, pelos Gregos ou pelos Romanos. Os primeiros registos inequívocos da existência do elemento datam da Idade Média, quando os Europeus tomaram consciência da sua natureza específica. Basil Valentine, no século XV, refere-se nas suas obras a uma substância a que chamava wismut. Já no final do século XVI, o mineralogista Georgus Agrícola latinizou esta nomenclatura para bisemutum. Contudo, o bismuto não era reconhecido como um elemento, o que só veio a acontecer no século XVIII, no seguimento das investigações de J. Pott, C. Geoffroy e T. Bergman.

Aplicações

O bismuto é usado na indústria farmacêutica, na fabricação de cosméticos e na indústria metalúrgica e química.
Na indústria farmacêutica, o bismuto é usado na fabricação de remédios de ação gastro-intestinal. Desde o século XVIII que se conhecem as potencialidades de alguns compostos de bismuto no tratamento de espasmos gástricos e dispepsias. Após a I Guerra Mundial também se descobriu o valor quimioterapêutico do bismuto no tratamento da sífilis.
Na indústria de cosméticos, utiliza-se oxicloreto de bismuto em certos batons, sombras para os olhos, etc.
O bismuto usa-se na indústria química na fabricação de plásticos, na síntese do metanol e como catalizador. O elemento também forma algumas ligas, utilizadas em revestimentos de outros metais, e ainda se utiliza na produção de corantes e certos tipos de fusíveis.
O bismuto é usado na fabricação de células de Peltier, através de ligas intermetálicas com telúrio e selénio, utilizadas na refrigeração de dispositivos semicondutores sensíveis, como CCD’s ou fotodíodos.

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